O Lapenna tornou-se um local mais complexo em termos sociais, vivendo uma nova rodada de agravamento das condições de moradia, e experimentando nova dinâmica de tensionamento das relações sociais existentes anteriormente no local. Esses elementos indicam também que a ação do setor público e das organizações no campo do desenvolvimento local pode ser muito complexa, sujeita a incertezas relacionadas às reações não esperadas dos atores locais, o que exige frequentemente capacidade de adaptação e readequação das propostas originais. Isso não significa, evidentemente, que tais iniciativas não sejam meritórias e não devam ser buscadas.
A área superior, denominada “Lapenna antigo” apresenta uma localização relativamente privilegiada, próxima à linha do trem e do comércio. Trata-se de uma ocupação mais antiga, originária de um mutirão de moradia realizado pelo Governo Erundina, no início da década de 90. Além de prédios pequenos, que podem ser observados na imagem, essa ocupação também é formada por residências com estruturas maiores e melhores, que receberam ao longo do tempo significativo investimento por parte dos moradores.
Localizado na região entre o campo de futebol e as habitações construídas em mutirão. É uma ocupação mais recente que a do Lapenna Antigo, mas ao longo do tempo passou por um processo de ocupação relativamente organizado, liderado pela prefeitura e caracterizado pelo arruamento regular, pelo calçamento de asfalto e pela presença de infraestrutura de esgoto. Em termos sociais, trata-se de um local cuja população se diferencia em relação aos moradores da porção inferior, por residirem a mais tempo no bairro, em uma área mais organizada, com casas relativamente bem construídas e uma experiência de vida comunitária mais consolidada.
É uma área mais pobre e de ocupação mais recente. Trata-se de um processo de ocupação mais irregular, com moradias menores, mais próximas umas das outras e sem a presença de um arruamento bem definido. Casas construídas em aterros sobre o córrego e, em geral, uma situação residencial muito mais precária do que a do restante da comunidade. Em suma, é uma área mais depreciada do que as demais, fruto de uma invasão recente (a partir de 2009) e com muitas necessidades de infraestrutura.).